segunda-feira, 4 de outubro de 2010

- Faça Valer! -




LEI N° 7.466, DE 1° DE AGOSTO DE 1991.


Dispõe sobre atendimento prioritário a idosos, portadores de deficiência e gestantes.
O Governador do Estado de São Paulo:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

Artigo 1° - Os órgãos de Administração Estadual de Direta, Indireta, Funcional e Autárquica ficam obrigados a instituir, no âmbito de suas repartições, setor especial que priorize o atendimento de idosos, portadores de deficiência e gestantes.

Parágrafo único – O disposto neste artigo será regulamentado por decreto do Poder Executivo.


domingo, 3 de outubro de 2010

- Essa luz -



O grau de evolução de um povo pode ser mensurado pelo cuidado para com seus membros mais vulneráveis e doentes.

Diante de alguém com deficiência física, motora, sensorial ou mental, as pessoas vivem sentimentos contrastantes e contraditórios: desde a repulsa até a compaixão.

O conceito de deficiência está ligado à idéia de imperfeição, fraqueza, carência. Muitos confundem a deficiência com o seu portador e, consequentemente, o termo passa a ser usado de forma discriminatória e injusta. A deficiência passa a ser vista como uma mancha, um defeito, uma mácula, uma tara. Precisamos distinguir e "ver a pessoa na deficiência e não a pessoa como um deficiente”.

Ao longo da história, temos uma lista enorme de expressões para designar quem é portador de determinada deficiência. Em geral são expressões preconceituosas e ofensivas à dignidade humana. Eis as mais comuns: paralítico, anormal, mongolóide, aleijado, manco, inválido, imperfeito, retardado, débil, defeituoso, excepcional, entre tantas outras.

Chamemos a pessoa pelo nome e não pela deficiência!

Além de proporcionarmos os cuidados médicos de reabilitação ou de saúde mental necessários, sejamos promotores de dignidade! 

[Pe. Leo Pessini]

- Anjo Deficiente ? -



ANJO DEFICIENTE?

Aquela mãe, aquele pai, aquela avó, aquele avô ansiosamente aguardam o feliz dia do nascimento da criança que certamente virá encher de alegria os dias futuros da família.
Chega esse dia e, com grande surpresa, todos vêem que a pequena criança não é perfeitamente normal. A cada nova observação constata-se uma nova deficiência, talvez por motivos genéticos, talvez por acidente no momento do nascimento, no novo ser que chega ao início de sua vida.
A causa não é muito importante e sim as conseqüências que advirão certamente. É o início de uma grande luta que modificará a vida de muita gente, principalmente daqueles que mais junto estarão do novo pequeno ser.
A primeira dificuldade a vencer pelos parentes mais próximos será dominar a rejeição. É óbvio que não se trata de um objeto que se acaba de comprar e se verifica que está com defeito. Aqui é o amor que já estabelecia seus laços entre eles e o neném, antes mesmo do momento do parto e que agora aumenta e se fortalece pela presença. O amor, com seu extraordinário poder, anula a rejeição por completo.
As necessidades especiais da nova criança demandarão um imediato, constante, permanente e difícil aprendizado por parte de todos que dela cuidarão. Será um curso prático inevitável, além do aprendizado técnico que será indicado pelos especialistas das diversas áreas envolvidas.
Nova dificuldade a vencer será a vergonha (injustificável) que os familiares venham a sentir diante de seus pares, com crianças perfeitamente normais, nas atividades do dia a dia.
Fisicamente, também terá de haver desenvolvimentos, para suprir as deficiências daquela criança no transporte e em todas as suas necessidades diárias. Essas pessoas que lidam com os deficientes têm de se tornar, portanto, fisicamente, intelectualmente, moralmente, e psicologicamente superiores ao padrão humano vulgar, e muito acima daquilo que eram antes das novas atividades assim impostas. Sem muito exagero podemos dizer que serão aprendizes de atletas, técnicos e monges. É muito comum se ver, em frente à ABBR, uma pessoa descer de um ônibus, portando ao colo um deficiente de peso quase igual ao seu próprio peso. Um pai ou uma mãe de nível de instrução primária conversar falando em terapia hiperbárica.
Sofrerão muito, sem dúvida, mas não esmorecerão, porque estarão sempre direcionadas a objetivos bem definidos, e sempre sentirão que seu sofrimento não é maior que o da pessoa assistida. Esta tem de lutar sem ter as armas adequadas, sentindo sempre, publicamente, a deficiência que o destino lhe impôs, não sendo capaz de fazer o que deseja e vê os outros fazerem.
Isto não é uma batalha, mas uma guerra em que há muitas batalhas a vencer. Uma a uma, essas batalhas vão sendo travadas. Umas são vencidas outras não. Pequenas alegrias grandes decepções.
Ao longo do tempo, com auxílio de profissionais capazes e dedicados, a evolução geralmente vai sendo alcançada tornando o deficiente menos deficiente. Em geral, a custa de grande empenho e muito sacrifício, pequenas metas (que para eles são muito grandes), são alcançadas.
Um dia, contudo, geralmente já na adolescência, muitas vezes termina a vida sofrida dessas crianças, que como anjos, partem para a eternidade, diante dos olhos tristes de seus responsáveis. Ela se foi...
A sensação é de que tudo foi em vão. Tanto esforço, tanto sacrifício, para no fim nada restar. Quanta coisa aquela pobre criança teve de aprender a custa de muito sofrimento. Quanto nós lhe ensinamos ao longo de trabalhosos anos em que dela cuidamos.
... Mas será que nós fomos mesmo os professores e elas os alunos?
Pensemos no que nós éramos ao início de tudo e no que chegamos a ser. Pensemos em quanto aprendemos ao longo desses anos, em variados campos da evolução humana...
...Não: nós não fomos mestres e sim alunos aplicados. Esses anjos, com seu sacrifício, com seu sofrimento, muito fizeram por nós. Eles nos ensinaram muito e nos transformaram para muito melhor, sacrificando-se muito para atingir esse objetivo.
Deus lhes recompense o sacrifício produtivo.
Será que devemos mesmo chamá-los de Anjos deficientes?
Certamente será muito mais correto chamá-los ANJOS EFICIENTES.